sábado, 11 de março de 2017

Presidente da ATGA articula junto a Deputado Federal, uma Audiência com o Ministro da Justiça.

Analisando o contexto atual em relação a questão dos camponeses junto a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça e a realização do I SEMINÁRIO DE ANISTIA E DIREITOS HUMANOS NO ARAGUAIA, a ser realizado nos dias 28 e 29 de Abril de 2017, em Marabá/PA.

Neste sábado (11), o Presidente da ATGA - Sezostrys Alves da Costa esteve reunido com o Deputado Federal Beto Salame - PP/PA, para reivindicar junto ao Parlamentar, que seja marcado uma Audiência com o atual Ministro da Justiça - Osmar Serraglio, cuja finalidade será tratar da questão dos Camponeses que foram Perseguidos pelo Estado Brasileiro durante a Guerrilha do Araguaia, que pleiteiam a condição de anistiado político através de requerimentos que tramitam na Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.

O Deputado prontamente assumiu o compromisso de nos apoiar nesta demanda, ficando pra semana já nos informar sobre os avanços desta demanda. Ressaltando, no entanto, que nos acompanhará na referida agenda ministerial. Pois tem a disposição de continuar colaborando com esta luta que é de todos nós que de maneira direta ou indireta, fomos atingidos pelos atos de exceção cometidos contra nossa gente nesta região na década de 70 e que suas consequências permanecem até os dias atuais.


quarta-feira, 8 de março de 2017

segunda-feira, 6 de março de 2017

Documentário reconta histórias de ex-combatentes da guerrilha do Araguaia

Guerrilha ainda guarda muitos mistérios, principalmente sobre aqueles que estiveram em combate, os soldados

Brasil de Fato I Belém (PA), 
Soldados se preparam para manobra em Caiano, no Pará - Créditos: Reprodução
A guerrilha do Araguaia ainda guarda muitos mistérios, principalmente sobre aqueles que estiveram em combate, os soldados. Recrutas que mal sabiam do que se tratava o movimento, mas que participaram dos horrores daquele período. Hoje, eles vivem assombrados pelos fantasmas gravados nas lembranças. 
Para contar essas histórias o jornalista Ismael Machado, em parceria com a produtora Giros Projetos Audiovisuais, está produzindo o documentário Soldados do Araguaia. Por meio de relatos dos ex-combatentes da guerrilha, o filme fala sobre as práticas de torturas e “a violência da ditadura naquele período”, explica Machado. “Ela atingia guerrilheiros, camponeses, índios, mas também não poupou seus próprios braços armados”.
Em entrevista ao Brasil de Fato, o jornalista conta que o combate à guerrilha do Araguaia a transformou em um Vietnã. Ela terminou com “soldados repletos de sequelas e traumas trazidos de uma guerra suja. Os treinamentos foram desumanos, com soldados sendo crucificados, postos em paus-de-arara, tomando sangue de cobra etc, e depois da ‘guerra’, sendo abandonados pelo Exército, criando outra tropa, a de ex-soldados desajustados socialmente, bombas prontas para estourar”. 
Vencedor dos prêmios Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos em Jornalismo, Líbero Badaró de Jornalismo e outros, o jornalista informa que tem fascínio pela história desse período “como quase tudo que envolve a época da ditadura”. A ideia do documentário nasceu a partir de uma série de reportagens feitas quando era repórter especial de um jornal impresso em Belém, que na época, foram finalistas do Prêmio Esso.  
Na produção de Soldados do Araguaia, Machado atua como roteirista e co-diretor. É autor de vários livros como ‘Vapor Barato – O Amor em Tempos de AIDS’ (livro de contos), ‘Decibéis sob Mangueiras -Belém no cenário rock Brasil dos anos 80’, ‘Sujando os Sapatos - O Caminho Diário da Reportagem’ (livro-reportagem) e ‘Golpe, Contragolpes e Guerrilhas: O Pará e a ditadura militar’ (2014), vencedor do Prêmio IAP de Literatura 2013, na categoria Livro-Reportagem.
O documentário inicia a fase de edição do vídeo e deve ficar pronto em abril. Confira a entrevista na íntegra:
Brasil de Fato: Por que fazer um documentário sobre os soldados do Araguaia?
Ismael Machado: Soldados do Araguaia é resultado de uma parceria empreendida com a produtora carioca Giros Projetos Audiovisuais. Soldados do Araguaia partiu de uma série de reportagens minhas para o jornal Diário do Pará, à época que trabalhei como repórter especial. Foi uma série que chegou a ser finalista do Prêmio Esso. Relata a história dos recrutas que foram levados a combater guerrilheiros no Araguaia durante a ditadura militar. Nos últimos anos, contar as histórias que cercam a guerrilha do Araguaia tem sido um caminho para diversos livros e reportagens. Isso porque o Exército e o Governo Brasileiro quiseram, durante muito tempo, botar essa história para debaixo do tapete. É uma história que me fascina, como quase tudo que envolve a época da ditadura. 
O caminho escolhido é uma rota diferente das abordagens que costumam ser dadas a esse episódio. Estamos contando a história a partir dos relatos dos soldados. Não os oficiais, mas os recrutas que pouco sabiam a respeito da guerrilha. Isso faz com que tenhamos outra visão também desse momento, que é o fato de ter a guerrilha do Araguaia se tornado o nosso Vietnã, porque resultou em soldados também repleto de sequelas e traumas trazidas de uma guerra suja. Os treinamentos foram desumanos, com soldados sendo crucificados, postos em paus-de-arara, tomando sangue de cobra etc e depois da ‘guerra’ sendo abandonados pelo Exército, criando outra tropa, a de ex-soldados desajustados socialmente, bombas prontas a estourar.   
O que mais lhe chamou a atenção durante as filmagens? 
Tem vários relatos. Teve um soldado que perdeu um dos testículos em consequência de punição no pau-de-arara. Tem ex-soldado que já trocou sete vezes de companheiras porque elas não conseguem segurar a barra de viver com um homem que tem pesadelos diários. Uma delas acordou a base de socos dado pelo soldado que achava estar sendo perseguido por Osvaldão, o guerrilheiro mais conhecido do Araguaia. Tem soldado que se tornou alcoólatra, outro que chegou a tentar suicídio. Há um ex-soldado que foi violentado por um oficial que já estava acostumado a sodomizar os subalternos apontando-lhes arma na cabeça. E a violência do estado assumia graus tão refinados de crueldade que um soldado contou ter sido obrigado a levar o próprio pai para a prisão. Esse pai foi torturado e nunca mais foi o mesmo homem. O que o filme irá mostrar é que a violência da ditadura naquele período e local era generalizada. Atingia guerrilheiros, camponeses, índios, mas também não poupou seus próprios braços armados.  
O que a guerrilha do Araguaia representou para o Pará?
Ela sintetiza bem o que sempre foram a colonização e a presença da União no estado. Todos os conflitos que antecederam a região e que vieram posteriormente estão espalhados durante os anos em que a guerrilha assombrou o sudeste e o sul do Pará. Os próprios relatórios feitos por gente como o general Bandeira e o major Curió alertam e denunciam a grilagem de terras, a corrupção, a violência de latifundiários sobre os camponeses com o auxílio luxuoso da Polícia Militar. Os conflitos que vieram depois como Perdidos, Caianos, Cajueiro, a prática intensa da pistolagem, a perseguição política na região, o poder do capital (mineradoras, madeireiras, monoculturas), tudo está ali centrado nas questões que envolvem a guerrilha do Araguaia.
Passado tanto tempo, o que precisa ser dito?
Tudo. Porque a verdade tem saído a conta-gotas. O Brasil tem uma estranha e péssima mania de não encarar sua própria história. Há muito a ser dito sobre o que aconteceu naquele pedaço de Brasil. Tanto do lado do PCdoB como do lado do Exército. Seria necessário que todos se desarmassem e ponderassem sobre a necessidade de sabermos, por exemplo, que fim foram dados aos corpos dos guerrilheiros. Precisamos saber quantos camponeses foram mortos, quantos soldados foram vilipendiados por seus oficiais, como foi a participação dos índios no conflito. Sempre que se busca algo sobre esse período, surgem coisas novas para se contar. 
O Major Curió foi, de fato, o responsável pelo massacre?
Foi um dos responsáveis. Não foi o único. Muitos ‘doutores’, como se chamavam os oficiais que ministraram tortura, já estavam lá antes do Curió chegar. Mas o Curió foi o principal responsável pela fase mais nebulosa dessa história, que vai desde o extermínio dos combatentes, da Operação Limpeza que buscava destruir todos os rastros e sinais da guerrilha e o profundo clima de terror e medo que ele impôs naquela região depois que a guerrilha acabou. 
O documentário já tem previsão de lançamento?
Soldados do Araguaia foi contemplado num edital do CineBrasilTV. Essa seria a primeira janela do filme, ser exibido em um canal fechado de TV. Já foram encerradas as etapas de filmagem e o documentário vai iniciar a fase de edição agora. Até abril deve estar pronto. A intenção da Giros é que ele percorra o circuito de festivais nacionais e internacionais de cinema e ganhe as telas de cinema também. 
Edição: José Eduardo Bernardes
Fonte: https://www.brasildefato.com.br/2017/02/13/documentario-reconta-historias-de-ex-combatentes-da-guerrilha-do-araguaia/

quarta-feira, 1 de março de 2017

ATGA EM PARCERIA COM INSTITUTO PAULO FONTELES, FAZ ARTICULAÇÕES E PLANEJAMENTO 2017!


Nestes dias de carnaval e feriado (28/02 e 1º/03), a agenda do Presidente da Associação dos Torturados na Guerrilha do Araguaia - Sezostrys Alves e do Presidente do Instituto Paulo Fonteles de Direitos Humanos - Paulo Fonteles Filho, foi de agendas de trabalho e articulações acerca do Planejamento das Ações das referidas entidades neste ano de 2017.

Já ficou acertado, e com um bom caminho de viabilidade construído, para em Abril, realizarmos em Marabá, o "I SEMINÁRIO DE ANISTIA E DIREITOS HUMANOS NO ARAGUAIA", onde deverá contar com a presença do Presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça - Drº Luis Fernando, da Conselheira Decana da Comissão de Anistia - Drª Ana Oliveira e demais outros Conselheiros.

Estaremos convidando também, a Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, UNIFESSPA, Ministério Publico Federal (Marabá), autoridades estaduais (Comissão de Direitos Humanos e Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa do Pará), Deputados Federais, Senador Paulo Rocha e a Direção Nacional do PCdoB. Com o apoio irrestrito do mandato do Vereador Gilson Dias, do PCdoB em Marabá.

Nesta oportunidade, iremos pautar e deliberar temas relacionados a questão da Anistia aos Camponeses do Araguaia, perseguidos pelas forças militares durante a Guerrilha do Araguaia, além dos esforços por encontrar os Desaparecidos Políticos na região por conta do conflito armado.



segunda-feira, 27 de junho de 2016

Instituto Paulo Fonteles faz o lançamento do Portal de Direitos Humanos da Amazônia e apresenta a nova diretoria 2016-2017

Por Angelina Anjos.
A sexta-feira (24/06) foi marcada pela inauguração das novas instalações, lançamento do Portal de direitos humanos da Amazônia e apresentação da nova diretoria do Instituto Paulo Fonteles de Direitos Humanos.
Após 09 anos de existência o IPF/DH aposta na educação pela memória, apresenta uma plataforma que abriga mais de um milhão e trezentos mil documentos, disponíveis para pesquisa através da tecnologia DocPró e tem a consultoria do Armazém Memória.
O Instituto Paulo Fonteles de Direitos Humanos é uma entidade da sociedade civil, sem fins lucrativos, democrática, ecumênica, apartidária e politizada que atua na promoção e defesa dos direitos humanos observando sua universalidade, interdependência e indivisibilidade nas condições da Amazônia paraense, região marcada por conflitos históricos gerados pela forte penetração econômica de grupos nacionais e estrangeiros que, nos últimos 50 anos, foi o principal gerador do caos fundiário, grilagem das terras, crimes de pistolagem, desmatamento, genocídio indígena, pilhagem das riquezas, trabalho escravo, impunidade, fome e miséria.
O Instituto Paulo Fonteles de Direitos Humanos atuará no sentido de estimular a organização do povo, sua consciência crítica, na perspectiva da compreensão de sua condição de oprimido e buscando caminhos para conquistar ou fazer valer direitos inalienáveis, como a saúde, a segurança, a cultura, a educação, o direito à memória, a verdade, a justiça e à vida plena. Sua plataforma consiste na luta por uma sociedade justa, livre, igualitária, culta e sem classes.
A luta de Paulo Fonteles é fonte de inspiração para as novas e futuras gerações, que no limiar do século 21 ainda enfrentam os mesmos problemas. A sociedade, passados quase 30 anos de seu martírio, é muito desigual. Conhecer a vida de combates de Paulo Fonteles pela democracia, pela reforma agrária, pela independência nacional, pelos direitos humanos, fortalece, na sociedade, a perspectiva de dias melhores.
Diretoria (2016-2017)
Presidência – Hecilda Veiga
Secretária Geral – Moisés Alves
Diretoria de Planejamento-Financeiro – Ronaldo Fonteles
Diretoria Jurídica – Juliana Fonteles
Diretoria de Comunicação – Chico Cavalcante
Diretoria de Políticas para as Mulheres – Angelina Anjos
Diretoria de Formação – Leila Mourão
Diretoria de Cultura – Paulo Emman
http://institutopaulofonteles.org.br/2016/06/26/instituto-paulo-fonteles-faz-o-lancamento-do-portal-de-direitos-humanos-da-amazonia-e-apresenta-a-nova-diretoria-2016-2017/

terça-feira, 11 de março de 2014

COMISSÃO DE ANISTIA - PORTARIA Nº 3, DE 18 DE FEVEREIRO DE 2014

PORTARIA Nº 3, DE 18 DE FEVEREIRO DE 2014
O PRESIDENTE DA COMISSÃO DE ANISTIA DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, no uso de suas atribuições, e CONSIDERANDO deliberação do Conselho da Comissão de Anistia em Sessão Administrativa ocorrida em 28 de janeiro de 2014, resolve:
Art. 1º Instituir Grupos de Trabalho para analisar e apresentar ao Conselho da Comissão de Anistia relatório e proposta de apreciação em grupo de requerimentos de anistia dos seguintes grupos temáticos, que serão compostos pelos seguintes membros:
I - Guerrilha do Araguaia:
a) Aline Sueli de Salles Santos (Conselheira da Comissão de Anistia);
b) Manoel Severino Moraes de Almeida (Conselheiro da Comissão de Anistia);
c) Marina da Silva Steinbruch (Conselheira da Comissão de Anistia);
d) Vanda Davi Fernandes de Oliveira (Conselheira da Comissão de Anistia).
II - Grupo dos Onze:
a) Caroline Pronner (Conselheira da Comissão de Anistia); b) Henrique de Almeida Cardoso (Conselheiro da Comissão de Anistia);
c) Juvelino José Strozake (Conselheiro da Comissão de Anistia).
III - Revolta dos Sargentos:
a) Henrique de Almeida Cardoso (Conselheiro da Comissão de Anistia);
b) Manoel Severino Moraes de Almeida (Conselheiro da Comissão de Anistia);
c) Rita Maria de Miranda Sipahi (Conselheira da Comissão de Anistia);
d) Sueli Aparecida Bellato (Conselheira da Comissão de Anistia).
Assessoria: Muller Luiz Borges (Coordenador-Geral de Gestão Processual)
Art. 2º Os referidos Grupos de Trabalho terão as seguintes atribuições:
I - Triar e analisar os requerimentos referentes às temáticas indicadas nos incisos I, II e III;
II - Apresentar proposta de encaminhamento para cada uma um dos grupos temáticos, com vistas a torná-los aptos para inclusão em pauta e para apreciação pelo Conselho em sessão de julgamento;
III - Executar atividades necessárias à consecução de seus objetivos.
Art. 3º Os Grupos de Trabalho, com duração inicial prevista para 60 (sessenta) dias a contar da publicação da presente Portaria, deverão produzir, ao final, relatórios circunstanciados e conclusivos das atividades desenvolvidas, apresentando-os aos demais integrantes da Comissão de Anistia.
Art. 4.º O corpo administrativo da Comissão de Anistia dará o suporte necessário à realização dos trabalhos dos grupos constituídos pela presente Portaria.
Art. 5.º A composição inicial dos Grupos de Trabalho é a constante do anexo desta Portaria, em conformidade com as indicações realizadas.
Art. 6.º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
PAULO ABRÃO

Comissão analisa requerimentos de anistia de três grupos de trabalho em 2014

Anistia

Meta é fazer triagem e analisar os requerimentos referentes aos grupos que tratam a Guerrilha do Araguaia, Grupo dos Onze e Revolta dos Sargentos
A Comissão de Anistia instituiu Grupos de Trabalho para analisar e apresentar ao seu Conselho relatório e proposta de apreciação de requerimentos de anistia dos seguintes grupos temáticos: 1 - Guerrilha do Araguaia;  2 - Grupo dos Onze; e 3 - Revolta dos Sargentos.
O objetivo dos trabalhos é fazer triagem e analisar os requerimentos referentes a esses grupos, além de apresentar proposta de encaminhamento para cada um dos grupos, com vistas a torná-los aptos para inclusão em pauta e para apreciação pelo Conselho em sessão de julgamento.
Os Grupos de Trabalho, com duração inicial prevista para 60 dias, a contar da publicação da Portaria Nº 3 de 18/2/14, deverão produzir relatórios circunstanciados e conclusivos das atividades desenvolvidas.

Fonte: http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2014/02/comissao-analisa-requerimentos-de-anistia-fe-tres-grupos-de-trabalho