Convidado pela Associação dos ex-militares da Guerrilha do Araguaia, participei de uma reunião que contou com a presença de cerca de 70 integrantes da entidade. Na mesa dos trabalhos estava também Paulo Fonteles, representando o Grupo de Trabalho Tocantins (GTT) do Ministério da Defesa, grupo encarregado da busca dos restos mortais dos Guerrilheiros do Araguaia. Também estiveram presentes três militares da ativa, sem terem sido convidados.
Foram feitos inúmeros depoimentos em que os ex-militares informaram ter presenciado os últimos momentos de vida de inúmeros guerrilheiros(as). Eles eram levados, em geral de helicóptero, e não mais voltavam. Depois os militares que haviam participado do assassinato diziam que a pessoa “já era”. Isto ocorreu com a Dina, Batista, Lia (Telma), Valquíria, Sonia e Áurea. Todos foram vistos presos. Segundo informações o Osvaldão, Batista e Peri foram enterrados na Base de Xambioá.
Confirmando informações já divulgadas, foi relatado que os militares cortavam cabeças dos guerrilheiros, sendo que alguns testemunharam ter visto a cabeça cortada de um guerrilheiro.
Após a morte do guerrilheiro Lourival, em decorrência de ter ingerido alimentos contendo veneno colocado por uma trabalhadora rural, os militares passaram a dar veneno aos camponeses para colocarem na comida dos guerrilheiros.
Os militares superiores diziam que o objetivo de treinamentos duros era formar soldados “machos”, que não tivessem medo da dor. Por isto eram obrigados a saltar de caminhão e helicóptero, em alta velocidade, provocando muitos acidentes. Os recrutas eram jogados em formigueiros para aprender a não sentir dor. Eram, também, obrigados a beber sangue de animal pra ficar “macho”. O soldado Messias ficou louco e matava animal para beber sangue.
Operação Limpeza
Fato de extrema importância e que diz respeito às atividades do Grupo de Trabalho Tocantins do (GTT) foi a confirmação da existência da “Operação Limpeza”.
Um dos ex-militares informou que a “Operação Limpeza” foi realizada em 1976 e que ouviu falar que ela foi realizada na Casa Azul (DNER), na Bacaba, Oito Barracas, Xambioá e Saranzal.
Um mateiro de confiança do Curió declarou que, após o término da Guerrilha, o militar dizia estar “fazendo um trabalho” que ele afirma ser a "Operação Limpeza".
Todavia a declaração mais importante foi feita pelo ex-militar Valdim Pereira de Souza, atualmente residente no Amapá. Ele declarou, de forma enfática, a existência da “Operação Limpeza”, fornecendo elementos sobre a denúncia.
Como representante do PCdoB no Grupo de Trabalho Tocantins (GTT) insisti, junto ao Ministério da Defesa, sobre a existência da "Operação Limpeza". Manifestei-me sobre a necessidade de ouvir os militares que dela participaram como condição para o êxito dos trabalhos do GTT. Caso contrário, o resultado das atividades do GTT seria pífio.
Em relatório dirigido ao Ministério da Defesa, em outubro de 2009, conclui com as seguintes observações:
Confirmando informações já divulgadas, foi relatado que os militares cortavam cabeças dos guerrilheiros, sendo que alguns testemunharam ter visto a cabeça cortada de um guerrilheiro.
Após a morte do guerrilheiro Lourival, em decorrência de ter ingerido alimentos contendo veneno colocado por uma trabalhadora rural, os militares passaram a dar veneno aos camponeses para colocarem na comida dos guerrilheiros.
Os militares superiores diziam que o objetivo de treinamentos duros era formar soldados “machos”, que não tivessem medo da dor. Por isto eram obrigados a saltar de caminhão e helicóptero, em alta velocidade, provocando muitos acidentes. Os recrutas eram jogados em formigueiros para aprender a não sentir dor. Eram, também, obrigados a beber sangue de animal pra ficar “macho”. O soldado Messias ficou louco e matava animal para beber sangue.
Operação Limpeza
Fato de extrema importância e que diz respeito às atividades do Grupo de Trabalho Tocantins do (GTT) foi a confirmação da existência da “Operação Limpeza”.
Um dos ex-militares informou que a “Operação Limpeza” foi realizada em 1976 e que ouviu falar que ela foi realizada na Casa Azul (DNER), na Bacaba, Oito Barracas, Xambioá e Saranzal.
Um mateiro de confiança do Curió declarou que, após o término da Guerrilha, o militar dizia estar “fazendo um trabalho” que ele afirma ser a "Operação Limpeza".
Todavia a declaração mais importante foi feita pelo ex-militar Valdim Pereira de Souza, atualmente residente no Amapá. Ele declarou, de forma enfática, a existência da “Operação Limpeza”, fornecendo elementos sobre a denúncia.
Como representante do PCdoB no Grupo de Trabalho Tocantins (GTT) insisti, junto ao Ministério da Defesa, sobre a existência da "Operação Limpeza". Manifestei-me sobre a necessidade de ouvir os militares que dela participaram como condição para o êxito dos trabalhos do GTT. Caso contrário, o resultado das atividades do GTT seria pífio.
Em relatório dirigido ao Ministério da Defesa, em outubro de 2009, conclui com as seguintes observações:
1. Houve uma “Operação Limpeza”.
2. Neste período que vai até o reinício dos trabalhos, o Exército deverá encontrar os meios de obter as informações sobre a “Operação Limpeza”, particularmente ouvindo os militares que participaram na fase final da Guerrilha.
3. O encerramento dos trabalhos do GTT só se dará de fato quando forem encontrados os restos mortais dos guerrilheiros ou comprovado como e onde foi feita a “Operação Limpeza” e qual foi a destinação dada aos resíduos desta operação.
4. A continuidade dos trabalhos, nos termos atuais, vai transparecer para a sociedade que as atividades estão sendo desenvolvidas apenas para cumprir uma sentença judicial e não para resolver o problema.
5. Um resultado negativo neste caso trará funestas consequências para a democracia, para os familiares dos mortos e desaparecidos e para o Exército, que terá perdido a oportunidade de se reconciliar definitivamente com a sociedade brasileira.
2. Neste período que vai até o reinício dos trabalhos, o Exército deverá encontrar os meios de obter as informações sobre a “Operação Limpeza”, particularmente ouvindo os militares que participaram na fase final da Guerrilha.
3. O encerramento dos trabalhos do GTT só se dará de fato quando forem encontrados os restos mortais dos guerrilheiros ou comprovado como e onde foi feita a “Operação Limpeza” e qual foi a destinação dada aos resíduos desta operação.
4. A continuidade dos trabalhos, nos termos atuais, vai transparecer para a sociedade que as atividades estão sendo desenvolvidas apenas para cumprir uma sentença judicial e não para resolver o problema.
5. Um resultado negativo neste caso trará funestas consequências para a democracia, para os familiares dos mortos e desaparecidos e para o Exército, que terá perdido a oportunidade de se reconciliar definitivamente com a sociedade brasileira.
Com as investigações chegando cada vez mais perto da "Operação Limpeza" e de pessoas que dela participaram, as ameaças sobre os companheiros Paulo Fonteles e Sezostrys, que já vinham ocorrendo, recrudesceram. E foi desencadeado um processo de ameaças sobre o ex-soldado Valdim, numa clara demonstração de que elas decorreram das informações por ele sobre a Operação.
*Aldo Arantes é Secretário do Meio Ambiente do PCdoB. Representante do Partido no Grupo de Trabalho Tocantins (GTT)
*Aldo Arantes é Secretário do Meio Ambiente do PCdoB. Representante do Partido no Grupo de Trabalho Tocantins (GTT)
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