sábado, 12 de setembro de 2009

GOVERNO PEDE PERDÃO A CAMPONESES DO ARAGUAIA


No último dia 18 de Junho de 2009, em São Domingos do Araguaia, aconteceu na Praça Frei Gil a 24ª Caravana da Anistia, onde estiveram presentes o Ministro de Estado de Justiça - Tarso Genro, o Presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça - Paulo Abrão, a Governadora do Estado do Pará - Ana Júlia Carepa, a Deputada Federal Jô Moraes - PCdoB/MG, o Presidente Nacional do PCdoB - Renato Rabelo, o Presidente Estadual do PCdoB - Newton Miranda, o Prefeito Municipal - Jaime Modesto, dentre outras autoridades participaram deste importante evento em homenagem aos camponeses do Araguaia, sendo fruto de mais de 03 (três) anos de muita luta em busca da conquista da anistia politica dos camponeses travada pela Associação dos Torturados da Guerrilha do Araguaia (ATGA), com a realização em Setembro de 2007, do I Encontro dos Torturados da Guerrilha do Araguaia, onde a Comissão de Anistia ouviu centenas de camponeses para que estes depoimentos viessem a instruir melhor os processos dos mesmos junto a comissão, tendo em vista a grande dificuldade encontrada para sistematizar e fundamentar juridicamente os processos. Já em 2008, realizou-se o II Encontro dos Torturados da Guerrilha do Araguaia, onde novamente esteve em São Domingos do Araguaia, diversos conselheiros membros da Comissão de Anistia para dar continuidade as oitivas de camponeses, sendo ouvido mais de 130 camponeses, que se fizeram presente ao evento. E agora neste ano de 2009, em 30 de Abril aconteceu em Brasilia - DF, uma audiência envolvendo os Diretores Sezostrys Alves da Costa - Vice Presidente e José Moraes Silva (Zé da Onça) - Presidente da ATGA, na Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, com a Vice Presidente Drª Sueli Bellato onde foi deliberado acerca da realização da 24ª Caravana da Anistia em São Domingos do Araguaia, sendo este um momento em que a Comissão de Anistia iria anunciar o resultado do julgamento de processos de camponeses, o que foi realizado em 18 de Junho em praça pública, em São Domingos do Araguaia, se tornando um dos mais importantes eventos ocorridos na simples cidade do sudeste do Estado do Pará, onde o Ministro de Estado da Justiça - Tarso Genro fez o pedido oficial de perdão aos camponeses, reconhecendo o mal que o Estado Brasileiro cometeu aos camponeses do Araguaia, sendo que em nenhum outro momento da história do país, um representante do Estado Brasileiro fez um pedido igual a gente simples do campo pelo mal que lhe fez no passado, onde esta data passa a fazer parte do calendário histórico da região.


Na oportunidade o Presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, Drº Paulo Abrão Pires Junior fez o anúncio oficial do resultado do julgamento dos 84 processos julgados, sendo que 40 deles foram indeferidos por mal instrunção e divergências e 44 foram deferidos, sendo estes anistiados e receberam indenizações que variam entre 83 a 140 mil reais e pensão vitalícia de 2 salários minimos mensais.

Para Tarso Genro "O Brasil deve se envergonhar pelos crimes que cometeu no passado".

"O Povo da região do Araguaia é um patrimônio histórico da humanidade por que tem em si a memória viva de um episódio da repressão militar que nenhum de nós quer que se repita" afirmou Paulo Abrão Pires Jr.

Para nós Diretores da Associação dos Torturados da Guerrilha do Araguaia, foi uma grande vitória que esperávamos anciosos, que veio e vai atender a parte das nossas reivindicações junto a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, ressaltando que este resultado é fruto de muita luta e suor, devido ao compromisso desta entidade e do Governo Federal através do Minstro da Justiça, do Presidente da Comissão de Anistia e seus conselheiros, restando agora que todos os outros que estão a espera do julgamento de processos sejam agraciados igualmente aos atuais anistiados, e que isto seja rápido pois todos os requerentes são pessoas idosas que estão entre 60 e 80 anos de idade, não tendo como esperar por muito tempo, pois vários deles estão todos debilitados e necessitando desta reparação por parte do Estado para terem seus ultimos dias de vida com mais dignidade.


Por Sezostrys Costa.

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