sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

AUMENTA OS ESFORÇOS PARA LOCALIZAR DESAPARECIDOS NO ARAGUAIA


     Desde o final da Guerrilha do Araguaia em 1974, um temor se instala na região acerca do desaparecimentos de dezenas de Guerrilheiros que tombaram em combates ou mesmo depois de presos por militares, mas desde a década de 70 com o fim dos conflitos que se estabeleceu um esforço no sentido de tentar localizar os restos mortais dos militantes do PCdoB que lutaram na Guerrilha, só em 1996 se consegue encontrar os primeiros restos mortais, e diversas outras expedições foram realizadas com o mesmo objetivo.
      Neste ano de 2009, se instituiu a partir de uma portaria do Ministério da Defesa um Grupo de Trabalho, este composto por diversos segmentos da sociedade, onde estão familiares, militares do exercito, representantes governamentais, observadores independentes, jornalistas, pesquisadores, representante do PCdoB e outros, com o objeto principal de localizar os despojos dos Guerrilheiros desaparecidos.
      Ressaltamos que mesmo não sendo convidada oficialmente, nós da ATGA estivemos presente como colaboradores em quase todas as fases da expedição e buscamos sempre estreitar e facilitar junto a ouvidoria do GT coordenada por Paulo Fonteles o contato com os camponeses da região, para dar mais qualidade nas informações colhidas, o que deve continuar e qualquer informação pode ser repassada a ATGA, através dos seus Diretores. Fones: 094-9195-7300 e 094-9175-2113.
Att: Sezostrys Costa.

Um comentário:

OTONIEL AJALA DOURADO disse...

SÍTIO CALDEIRÃO, O ARAGUAIA DO CEARÁ: UM GENOCÍDIO 72 ANOS NA IMPUNIDADE!




No CEARÁ, para quem não sabe, houve também um crime idêntico ao do “Araguaia”, contudo em piores proporções, foi o MASSACRE praticado por forças do Exército e da Polícia Militar do Ceará no ano de 1937, contra a comunidade de camponeses católicos do Sítio da Santa Cruz do Deserto ou Sítio Caldeirão, que tinha como líder religioso o beato JOSÉ LOURENÇO, seguidor do padre Cícero Romão Batista.



A ação criminosa deu-se inicialmente através de bombardeio aéreo, e depois, no solo, os militares usando armas diversas, como fuzis, revólveres, pistolas, facas e facões, assassinaram mulheres, crianças, adolescentes, idosos, doentes e todo o ser vivo que estivesse ao alcance de suas armas, agindo como feras enlouquecidas, como se ao mesmo tempo, fossem juízes e algozes.


Como o crime praticado pelo Exército e pela Polícia Militar do Ceará foi de LESA HUMANIDADE / GENOCÍDIO / CRIME CONTRA A HUMANIDADE é considerado IMPRESCRITÍVEL pela legislação brasileira bem como pelos Acordos e Convenções internacionais, e por isso a SOS - DIREITOS HUMANOS, ONG com sede em Fortaleza - Ceará, ajuizou no ano de 2008 uma Ação Civil Pública na Justiça Federal contra a União Federal e o Estado do Ceará, requerendo que sejam obrigados a informar a localização exata da COVA COLETIVA onde esconderam os corpos dos camponeses católicos assassinados na ação militar de 1937.


Vale lembrar que a Universidade Regional do Cariri – URCA, poderia utilizar sua tecnologia avançada e pessoal qualificado, para, através da Pró-Reitoria de Pós Graduação e Pesquisa – PRPGP, do Grupo de Pesquisa Chapada do Araripe – GPCA e do Laboratório de Pesquisa Paleontológica – LPPU encontrar a cova coletiva, uma vez que pelas informações populares, ela estaria situada em algum lugar da MATA DOS CAVALOS, em cima da Serra do Araripe.


Frisa-se também que a Universidade Federal do Ceará – UFC, no início de 2009 enviou pessoal para auxiliar nas buscas dos restos dos corpos dos guerrilheiros mortos no ARAGUAIA, esquecendo-se de procurar na CHAPADA DO ARRARIPE, interior do Ceará, uma COVA COM 1000 camponeses.


Então por que razão as autoridades não procuram a COVA COLETIVA das vítimas do SÍTIO CALDEIRÃO? Seria descaso ou discriminação por serem “meros nordestinos católicos”?


Diante disto aproveitamos a oportunidade para pedir o apoio nesta luta, à todos os cidadãos de bem, no sentido de divulgar o CRIME PERMANENTE praticado contra os habitantes do SÍTIO CALDEIRÃO, bem como, o direito das vítimas serem encontradas e enterradas com dignidade, para que não fiquem para sempre esquecidas em alguma cova coletiva na CHAPADA DO ARARIPE.


Dr. OTONIEL AJALA DOURADO
OAB/CE 9288 – (85) 8613.1197
Presidente da SOS - DIREITOS HUMANOS
www.sosdireitoshumanos.org.br